Quando o darma não preenche todo vosso corpo e toda a vossa mente, pensais que já é suficiente. Quando o darma preenche vosso corpo e mente, entendeis que alguma coisa está faltando.
Por exemplo, quando velejais num barco para o meio de um oceano onde não há terra à vista e podeis ver as quatro direções, o oceano parece circular e não parece de nenhum outro modo. Mas o oceano não é redondo nem quadrado, seus traços são de uma variedade infinita. É como um palácio. É como uma jóia. Apenas parece circular enquanto podeis vê-lo neste momento. Todas as coisas são assim.
Embora haja muitos traços no mundo poirento e no mundo além das condições, vedes e entendeis somente o que vosso olho da prática alcançar. Para apreender a natureza infinita das coisas, deveis saber que, embora pareçam redondos ou quadrados, os outros traços dos oceanos e das montanhas são infinitos em variedades; há mundos inteiros lá. Assim é não apenas em volta de vós, mas também diretamente debaixo dos vossos pés ou numa gota de água.
(Mestre Dogen, A lua numa gota de orvalho, Siciliano)
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