quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O cosmo está em nosso corpo

[...] Sabemos que temos pulmões para inspirar e expirar. Mas quando olhamos mais profundamente, podemos ver que montanhas e florestas também são nossos pulmões. Sem elas, não podemos inspirar e expirar. Temos um coração que funciona bem e sabemos que só podemos sobreviver se o nosso coração estiver ali, bombeando. Contudo, olhando mais profundamente, podemos ver que o sol é o nosso segundo coração. Se o sol parar de funcionar, morreremos da mesma forma que acontecerá se o coração que está em nosso próprio corpo parar de pulsar. Vemos que nosso corpo é o corpo do cosmo, e que o cosmo está em nosso próprio corpo.
Essa noção só é possível quando vemos além das noções de dentro e fora, e de eu e do outro. [...]
(Thich Nhat Hanh. Transformações da consciência. Pensamento).



sábado, 22 de dezembro de 2012

A vida é uma jornada, não um lar

Plenitude é o poder de aceitar mudanças, mesmo imprevisíveis. A vida é uma jornada, não um lar. Somos todos viajantes numa busca, e a existência irá nos oferecer o inesperado sempre que estivermos abertos para absorvê-lo e aprender com ele. Essa é a verdadeira educação. (Sun-tzu. A arte da paz. Planeta)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Momento presente

Reconhecer o momento como o único fator importante requer consciência e vigilância. Esse é o círculo benévolo da existência.
Sun-tzu

domingo, 14 de outubro de 2012

Nirvana

O nirvana é a essência pura que buscamos, é a mente búdica, a verdade central de todos os ensinamentos do Buda. Não é necessário esperar a morte para poder experimentar o nirvana, porque ele está sempre em tudo.
Hsing Yün

sábado, 6 de outubro de 2012

A essência do Zen


" A idéia básica do Zen é a de entrar em contato com os trabalhos íntimos do nosso ser da maneira mais direta possível, sem necessitar de alguma coisa externa superimposta. Portanto tudo que aparenta ser uma autoridade externa é rejeitado p...
elo Zen. Uma fé absoluta é colocada no ser interno do homem. Qualquer autoridade que possa ter o Zen provém de dentro. Isto é verdadeiro no sentido estrito da palavra. Até a faculdade do raciocínio não é considerada final ou absoluta. Ao contrário, ela impede a mente de entrar em comunicação direta consigo mesma. O intelecto realiza sua missão quando age como intermediário, e o Zen nada tem a ver com intermediários, exceto quando deseja comunicar-se com os outros. Por essas razões, todas as escrituras são meramente tentativas e provisórias. Não há nelas finalidade. O fato central da vida como é vivida é o que o Zen deseja captar e assim mesmo da maneira mais direta e vital. O Zen diz ser o espírito do budismo, mas de fato é O espírito de todas as religiões e filosofias. Quando o Zen é compreendido completamente, a paz absoluta da mente é alcançada, e o homem vive conforme deve viver. Que mais podemos desejar?
Alguns dizem que sendo o Zen uma forma de misticismo não pode reclamar posição única na história da religião. Talvez seja certo, mas o Zen é um misticismo a seu próprio modo. É místico no sentido de que o sol brilha, que uma flor desabrocha e que neste momento ouço alguém bater um tambor na rua, Se esses fatos são místicos, o Zen está cheio deles. Certa vez, perguntaram a um mestre o que era o Zen, e ele replicou: "O teu pensamento cotidiano". Não está claro e suficientemente direto? Nada tem a ver com qualquer espírito sectário. Os cristãos e budistas podem utilizar o Zen da mesma forma que peixes grandes e pequenos podem morar contentes no mesmo oceano. O Zen é o oceano. O Zen é o ar. O Zen é a montanha. O Zen é o trovão. O Zen é o raio, a flor primaveril, o calor do verão, o frio do inverno; mais do que tudo isso, o Zen é o homem. Apesar de todos os formalismos, convenções e superadições que o Zen acumulou na sua longa história, o seu cerne ainda está muito vivo. O mérito especial do Zen repousa nisto: podemos ver ainda este fato último sem sofrer influência de coisa alguma." - Daisetz Teitaro Suzuki
 
D.T. Suzuki

domingo, 16 de setembro de 2012

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A realidade-tal-qual-ela-é

Precisamos ir além das ideias de ser e não-ser, vir e ir, igual e diferente, nascimento e morte. Vir à existência e ir-se da existência constituem apenas um par de opostos. Na verdade, não existe vir e ir. Buda é descrito como alguém que veio da equidade e vai para a equidade, que significa a realidade tal-qual-ela-é. A realidade tal-qual-ela-é não é algo que possa ser descrito como ir ou vir, como aqui ou acolá. Vir da realidade-tal-qual-ela-é  significa vir de lugar nenhum. Ir para a realidade-tal-qual-ela-é significa ir para lugar nenhum. O que verdadeiramente existe é não-vir, não-ir, não-ser, e não-não-ser. Ser e não-ser apenas são categorias mentais que usamos para captar a realidade. A realidade é livre dessas noções. A verdadeira natureza da realidade é nirvana - libertação de noções. Todas as coisas estão além dessas dualidades - Buda, você, a folha, a manga. Tais ideias não se aplicam à realidade tal-qual-ela-é.
(Thich Nhat Hanh.Tranasformações na conscieência. Pensamento)

domingo, 26 de agosto de 2012

Love is all you need

Em todas as formas de aversão, o coração se contrai. Tornamo-nos então prisioneiros das reações das nossas próprias mentes e, em seguida, solidificamos em senso do eu e da separação. Mas há também algo extremamente sedutor na raiva, que não pára de nos puxar para dentro dela e de alimentá-la. O Buda descreveu bem isso quando disse: "Raiva,com sua raiz envenenada e sua ponta de mel". Sentimo-nos poderosos, cheios de energia e, muitas vezes, virtuosos aos nossos próprios olhos quando estamos perdidos em sentimentos raivosos. Podemos sentir que ela nos dá a energia necessária para empreender ações apropriadas.
Existe, porém, uma fonte muito mais profunda e mais hábil de poder, que não é envenenada e, portanto, não nos traz nenhum resultado danoso. É o poder do amor e da compaixão. Podemos praticar a metta não apenas com outras pessoas - mesmo quando se mostram difíceis -, mas também com a raiva que sentimos, com nossas próprias mentes sofredoras.
(Joseth Goldstein. Dharma: o caminho da libertação, Bertrand Brasil)

domingo, 22 de julho de 2012

Já tentou?

"Já tentou fazer isso? Esvaziar os pulmões, esvaziar os pensamentos, esvaziar as emoções? Ao expirar solte todo o ar dentro do corpo. Todo o que puder. E não pense em nada. Apenas perceba, concentre-se nesse ar saindo. Torne-se seu corpo. Torne-se esse ar."
(Monja Coen, Viva Zen)


sábado, 7 de julho de 2012

Mergulhe

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender: viver ultrapassa qualquer entendimento..."
Clarice Lispector

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nosso cérebro não foi programado para manter o foco

"Você não percebe, mas o cérebro edita o que você vê. Das 16 horas por dia que uma pessoa passa acordada, em média, 4 horas são preenchidas por imagens "artificiais" - que não foram captadas pelos olhos, e sim criadas pelo cérebro".
Recomendo a leitura desta reportagem da revista Superinteressante:
http://super.abril.com.br/ciencia/descubra-mentiras-seu-cerebro-conta-voce-690379.shtml

sábado, 30 de junho de 2012

Depois do zazen

Após uma hora e meia de pensamentos, viajei por mil cantos, sem resolver o que desejava. Parece que é inútil. Acaba o período de prática, no qual não meditei de maneira alguma, e saímos para a clara tarde. Apesar de ter viajado tanto pelos meus pensamentos, quando saio vejo tudo mais nítido. O caminho de pedras surge vibrante. As cores das folhas se mesclam contra um céu azul, parece que balançam mais devagar na brisa ocasional. Nada está diferente, só as formas têm bordas mais marcadas, tudo é mais colorido. A luz aparenta ter volume e peso, e os sons ondulam como se tocassem minha pele com o vento. Será o efeito da privação sensorial na meditação? Não sei, mas é extremamente prazeroso. Caminho sentido a saliências do solo, e aproveito isso. É como se minha mente tivesse cansado de tanto pensar e agora, nesta pausa, a oportunidade de meditar surja.
(Monge Genshô. O Pico da Montanha é onde estão os meus pés. Rima, 2012)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A Terra Pura é aqui

[...]
Podemos ouvir os pássaros cantando
E o vento soprando nos pinheiros?
Conseguimos ver as verdes montanhas,
As nuvens brancas, a lua dourada?
A Terra Pura está disponível
No momento presente.
Todo dia podemos nos divertir
Na Terra de Buda.
Cada respiração e passo consciente
Nos leva à Terra Pura,
Revelando todas as maravilhas
Do corpo do Darma.
[...]

Fonte: http://sangarecife.blogspot.com.br/2011/05/felicidade-no-momento-presente.html#more


Foto: http://www1.folha.uol.com.br/turismo/1069557-evento-esportivo-na-patagonia-argentina-atrai-turistas-em-abril.shtml

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Uma árvore fresca e viva

"Quando você se sente carregado, você está se esforçando demais. Esse tipo de energia não ajuda a outra pessoa e nem você mesmo. Você não deve ficar muito ansioso para ajudar imediatamente. Há duas coisas: ser e fazer. Não pense muito sobre fazer - Ser vem primeiro. Seja paz. Seja alegria. Seja a felicidade. E depois faça a alegria, faça a felicidade - sobre a base do ser. Então, primeiro você tem de se concentrar na prática de ser. Ser calmo. Ser pacífico. Ser atento. Ser generoso. Ser compassivo. Esta é a prática base. É como se a outra pessoa estivesse sentada ao pé de uma árvore. A árvore não faz nada, mas a árvore é fresca e viva. Quando você é como aquela árvore, enviando ondas de frescor, você ajuda a acalmar o sofrimento da outra pessoa."
Thich Nhat Hanh

Fonte: http://www.facebook.com/silenciovivodamente

terça-feira, 22 de maio de 2012

Meditação para conter impulsos

Reproduzo materia que foi postada no blog http://scienceblogs.com.br/socialmente/2012/05/usando-meditacao-para-controlar-impulsos/

Reações impulsivas podem ser um problema sério na vida de muitas pessoas. Assim como o Cookie Monster, personagem da vila sésamo, podemos ter poderosas reações impulsivas ao nos depararmos com algo que gostamos muito, como biscoitos, no caso dele. A impulsividade alimentar pode agravar quadros de obesidade e também problemas de pressão alta, colesterol e depressão. Se considerarmos que as nossas mentes podem ser influenciadas de maneira tão automática por pistas no ambiente, como alimentos saborosos na prateleira de uma cozinha, seria muito útil se conseguíssemos desenvolver procedimentos que ajudassem as pessoas a se regularem.

Felizmente, tais procedimentos vêm sendo desenvolvidos em diversas frentes da psicologia nos últimos anos. Na terapia cognitiva, por exemplo, diversas técnicas que fazem uso de princípios da meditação têm apresentado resultados animadores na capacidade de auto-regulação das pessoas. Muitos estudos têm indicado que algumas técnicas de meditação podem ser poderosas ferramentas de intervenção no tratamento de diversos transtornos, como os de ansiedade, abuso de substância e depressão. Uma publicação recente trouxe evidências de que uma breve intervenção de atenção meditativa pode prevenir reações impulsivas, facilitando a auto-regulação no caso da impulsividade alimentar.
A técnica de atenção meditativa usada neste trabalho se baseava em um procedimento no qual os participantes eram orientados a deliberadamente prestar atenção nas suas experiências sensoriais, cognitivas e emocionais sem julgar ou reagir à estas experiências. Mais especificamente, era pedido ao um grupo de participantes que ficassem atentos às suas reações e pensamentos ao observarem algumas imagens apresentadas em um computador. Também era informado que estes pensamentos e reações eram estados transitórios de suas mentes, e que suas reações cognitivas eram apenas construções momentâneas das suas mentes, e não características reais das imagens que eles observavam. A ideia é que a instrução diminuiria a tendência dos participantes de se tornarem imersos em seus pensamentos e emoções, como se estes fossem características reais da situação.
O primeiro estudo tinha duas condições básicas: em uma delas, os participantes recebiam a instrução comentada no último parágrafo (grupo de atenção meditativa); na outra, eles eram instruídos a experienciar completamente as imagens e se tornarem imersos nelas (grupo controle). Independente de em qual condição os participantes estavam, todos eram expostos a uma série de imagens, entre elas imagens de alimentos “neutros” (ex: pepino), de alimentos muito saborosos (ex: pizza) e de outras imagens não relacionadas com alimentos. A cada imagem que era apresentada, os participantes tinham que apertar uma tecla no computador de acordo com a cor do contorno em volta da imagem – se a cor do contorno fosse roxa, os participantes deveriam apertar em uma seta para se aproximar da imagem; se a cor do contorno fosse azul, eles deveriam apertar em uma seta para se afastar da imagem.
A ideia por detrás desta tarefa de esquiva-aproximação é que ela indicaria uma resposta mais rápida dos participantes quando alimentos saborosos fossem apresentados com um contorno azul, ou seja, quando ele tivesse que apertar a tecla de aproximação, em comparação com quando alimentos neutros fossem apresentados com um contorno igualmente azul. Este viés de aproximação para alimentos saborosos em comparação com alimentos neutros foi usada como uma medida do nível de reação impulsiva dos participantes. A hipótese básica era que a atenção meditativa poderia diminuir ou até mesmo eliminar este viés de aproximação para alimentos saborosos.
Neste trabalho, os pesquisadores encontraram repetidamente, em três experimentos, que mesmo uma manipulação tão simples e breve, baseada em uma técnica de atenção meditativa, poderia prevenir a ocorrência de reações impulsivas relacionadas a alimentos saborosos: só foi observado o viés de aproximação para alimentos saborosos no grupo controle, ou seja, no grupo que não recebeu a instrução baseada na técnica de atenção meditativa. Para os participantes que foram levados a considerar seus estados subjetivos como meras construções temporárias de suas mentes, a velocidade da resposta não diferiu significativamente quando as imagens mostravam alimentos saborosos ou neutros. Os autores sugerem que um treinamento mais rigoroso e prolongado poderia ter efeitos ainda maiores, tornando este modo de pensamento meditativo mais automático e generalizável para outras situações em que uma pessoa precise regular o seu comportamento.
Portanto, sempre que você se sentir “tentado” a agir de uma determinada maneira que provavelmente irá te prejudicar, vale a pena testar o procedimento que eu comentei aqui (com alguma prática, ele poderia te salvar de algumas enrascadas). Existem mais técnicas meditativas conhecidas atualmente, portanto esta é apenas uma de outras potenciais ferramentas que a tradição oriental dispõe para nos ajudar a lidar com nossos problemas cotidianos a partir do desenvolvimento de habilidades metacognitivas, e a ciência está apenas começando a entender os efeitos e mecanismos subjacentes à estas curiosas práticas cultivadas por milênios na cultura oriental.
Se você se interessa por esse tema, talvez goste também do texto abaixo:

Referências:

Papies, E., Barsalou, L., & Custers, R. (2012). Mindful Attention Prevents Mindless Impulses. Social Psychological and Personality Science, 3 (3), 291-299 DOI: 10.1177/1948550611419031


 

sábado, 5 de maio de 2012

domingo, 29 de abril de 2012

Zen

Centenas de flores na primavera;
A lua no outono;
Uma brisa fria no verão;
e neve no inverno.
Se não existe nenhuma nuvem inútil na sua mente,
você está na boa estação.
Mumon

domingo, 15 de abril de 2012

Presente contínuo

"Vivemos em um presente contínuo, o resto é apenas uma interpretação mental... o secredo é sentir intensamente cada instante".
Taisen Deshimaru Roshi

domingo, 8 de abril de 2012

8 de abril

Hoje é o aniversário de nascimento de Sidarta Gautama, o sábio do clã Sakya. Ele nasceu em 566 A.C.


Buda em construção na Vila Zen, Viamão, RS.

Feliz Páscoa

Linda noite de sábado de Páscoa em Lomba Grande.


Foto tirada por meu irmão Artur

quarta-feira, 4 de abril de 2012

“Vivi uma vida longa e passei por muitos problemas, muitos dos quais nunca aconteceram.”
(Mark Twain)

By Pararma

sábado, 31 de março de 2012

Os dias lindos - a sensibilidade de Drummond

OS DIAS LINDOS
Não basta sentir a chegada dos dias lindos. É necessário proclamar: "Os dias ficaram lindos".
Acontece em abril, nessa curva do mês que descamba para a segunda metade. Os boletins metorológicos não lembraram de anunciá-lo em linguagem especial. Nenhuma autoridade, munida de organismo publicitário, tirou partido do acontecimento. Discretos, silenciosos, chegaram os dias lindos.
E aboliram, sem providências drásticas, o estatuto do calor. A temperatura ficou amena, conduzindo à redução do vestuário. Protege-se um tudo-nada o corpo, que vivia por aí exposto e suado, bufando contrra os excessos da natureza. Sob esse mínimo agasalho, a pele contente recebe a visita dos dias lindos.
A cor. Redescobrimos o azul correto, o azul azul, que há meses se depedaçara em manchas cinzentas no branco sujo do espaço. O azul reconstituiu-se na luz filtrada, decantada, que leva também os matizes empobrecidos das coisas naturais e das fabricadas. A cor é mais cor, na pureza deste ar que ousa desafiar os vapores, emanações e fuligens da era tecnológica. E o raio de sol benevolente, pousando no objeto, tem alguma coisa de carícia.
O ar. Ficou mais leve, ou nós é que nos tornamos pesadões, movendo-nos com desembaraço, quando, antes, andar era uma tarefa dividida entre o sacrifício e o tédio? Tornou-se quase voluptuoso andar pelo gosto de andar, captando os sinais inconfundíveis da presença dos dias lindos.
Foi certamente num dia como estes que Cecília Meireles escreveu: "A doçura maior da vida flui na luz do sol, quando se está em silêncio. Até os urubus são belos, no largo círculo dos dias sossegados". Porque a primeira consequência da combinação de azul e  leveza de ar é o sossego que baixa sobre nosso estoque de problemas. Eles não deixam de existir. Mas fica mais fácil carregá-los.
Então é preciso fazer justiça aos dias lindos, oferecer-lhes nossa gratidão. Será egoísmo curti-los na moita, deixando de comentar com os amigos e até com desconhecidos, que por acaso ainda não perceberam o raro presente de abril: "Repare como o dia está lindo." Não precisa botar ênfase na exclamação. Pode até ser baixinho, como quem transmite boato e não deseja comprometer-se com a segurança nacional. Mesmo assim, a afirmação pega. Não só o dia fica mais lindo, como também o ouvinte, quem sabe se distraído ou de lenta percepção sensorial, ganha a chance de descobri-lo igualmente. Descobre e passa  adiante a informação.
A reação em cadeia pode contribuir para amenizar um tanto o que eu chamo de desconcerto do mundo. De onde se concluí: deixar de lado, mesmo que por instantes, o peso dos acontecimentos mundiais, trágicos, esmagadores, para degustar a finura da atmosfera e a  limpidez das imagens recortadas na luz, é um passo dado para reduzir o desconcerto, na medida em que a boa disposição de espírito de cada um pode servir de prefácio, ou rascunho de prefácio, à pacificação, ou relativa pacificação. Em vez de alienação, portanto, o prazer dos dias lindos é terapia indireta.
Pode ser que o desconhecido lhe responda com um palavrão, desses em moda na sociedade mais fina. Não faz mal. Não se ofenda. Ele descarregou sobre sua obsrevação amical o azedume que ameaçava corroê-lo no íntimo. Livre desse fel, talvez se habilite a olhar também para o céu e a descobrir mesmo certa beleza esvoaçante no urubu. De qualquer modo, foi avisado. Já sabe o que estava perdendo: a consciência de que certos dias de abril e maio são mais lindos do que outros dias em geral, e nos integram num conjunto harmonioso, em que somos ao mesmo tempo ar, luz, suavidade e gente.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Os dias lindos. Rio de janeiro: José Olympio, 1977, p. 96-98)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Desviando o foco da atenção de nós mesmos

Quando a tragédia ou o infortúnio cruzam o nosso caminho, pode ajudar bastante fazer uma comparação com outro acontecimento, ou relembrar uma situação semelhante ou pior que tenha ocorrido conosco ou com outros antes de nós. Se conseguirmos realmente desviar o foco da atenção de nós mesmos para os outros, e efeito é uma sensação libertadora. Existe alguma coisa na dinâmica da preocupação excessiva consigo mesmo que tende a ampliar nosso sofrimento. Inversamente, quando o relacionamos com o sofrimento alheio, ele passa a ser mais suportável. E, na medida do possível, torna-se mais fácil manter a paz de espírito do que se nos concentramos em nossos problemas excluindo tudo o mais.
(Dalai Lama. Uma ética para o novo milênio. Sextante)

sábado, 3 de março de 2012

Gosto único

Quando vivemos a nossa vida em seu potencial máximo, não existe tal coisa como superior ou inferior, boas ou más circunstâncias, sorte ou azar. Existe apenas o gosto único do oceano da vida.
(Mestre Zen Uchiyama Roshi)

Imagem: Vila Zen (Viamão/RS)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A mente

Seu pior inimigo não pode lhe causar tanto dano
Quanto seus próprios pensamentos descuidados.
Uma mente bem dirigida cria até mais felicidade
Do que as ações amorosas de seus pais.
(Dhammpada.Buda)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A soja é desnecessária

Para você que come hamburguer de soja, toma sucos do tipo Ades e ainda belisca sojinhas torradas e sua centena de sub-produtos, como maionese e "danoninhos" veganos. Observe que os orientais, que consomem e produzem soja há 5.000 anos, só o fazem em produtos fermentados, como tempê, shoyu, missô e (pouco) tofu. Leite e carne de soja, assim como todos os derivados industriais, são equívocos por centenas de aspectos.
Para mais informações sobre a toxidade da soja, veja o blog de Sonia Hirsch e seu site oficial com especial apenas sobre a soja. A boa alimentação passa longe de produtos industrializados e está totalmente baseada em legumes, verduras, frutas e grãos integrais de cultivo orgânico.
Leia mais em http://caroldaemon.blogspot.com/2010/12/soja-e-desnecessaria.html


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Meditação andando

Não há necessidade de juntar as palmas das mãos ou assumir um ar solene para praticar a meditação andando. Se possível, escolha uma trilha sossegada num parque, próxima a um lago ou ao longo de um rio.
A melhor prática é a informal. Não ande tão devagar que as pessoas pensem que você é esquisito. Ande de forma tal que as pessoas nem percebam que você está praticando. Se encontrar alguém no caminho, sorria apenas e continue andando.

(Thich Nhat Hanh. Meditação andando. Vozes)

sábado, 14 de janeiro de 2012

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Pela primeira vez

Não paramos de explorar.
E o fim de nossa exploração
Será chegar ao nosso ponto de partida
E ver o lugar pela primeira vez.
(T.S. Eliot, Four Quartets)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Milagre

As pessoas dizem que é milagre andar sobre a água, mas para mim o verdadeiro milagre está em andar pacificamente sobre a terra. A terra é um milagre. Cada passo é um milagre. Dar passos sobre o nosso belo planeta pode trazer a verdadeira felicidade.
(Thich Nhat Han. Meditação andando. Vozes)

domingo, 1 de janeiro de 2012

2012!!!

2012, um ano novinho em folha para construir mais relações positivas em todas as direções, para querer menos e beneficiar mais!

Primeiro de Janeiro de 2012

Início maravilhoso de 2012: chuva torrencial no Vale dos Sinos após longa estiagem.

Mente de principiante

"Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito" (Suzuki, Shunryu).