Sempre gostei muito de cozinhar, mas apenas depois de conhecer o zen budismo, dei-me conta de que, ao cozinhar, praticava meditação. Por isso, as palavras de Dogen sobre o cozinheiro Zen são especiais para mim.
Abaixo transcrevo um trecho do livro "O Zen na Cozinha", da monja Gyoku En, no qual ela apresenta a culinária Shôjin, a dos mosteiros Zen.
Aliás, a propósito do Natal, este livro seria um ótimo presente.
"A harmonia no trabalho do cozinheiro é produzida pela total dedicação, atenção e silêncio. Cozinhar requer muito empenho no trabalho e esse tempo aplicado é valioso. Observar os pontos positivos de cada ingrediente, dos utensílios, das pessoas para as quais cozinhamos, cria um perfeito relacionamento, no qual ocorre um tipo de transmissão de energia de cura positiva. É como quando você acolhe alguém com amor: a pessoa se abre e lhe dá tudo. Com o alimento também é assim: ele se abre ou se fecha segundo sua atitude e, quando se abre, ele oferece as mais puras e divinas substâncias. O cozinheiro deve saber revelar algo maravilhoso que está escondido nos alimentos em forma de sabor. É a expressão do "sabor especial" que brota dos singelos vegetais cozidos, tão delicadamente temperados. Embora a gama de ingredientes utilizados na culinária Shôjin seja reduzida, logo na primeira mordida você fica encantado pelo sabor delicioso.
O aprendizado dessa culinária é um dos aspectos da formação do Zen, bem como da personalidade total do cozinheiro, pois o que reflete no paladar não depende apenas de sua habilidade culinária. Mestre Dogen dizia que o cozinheiro deve ter profunda fé nos ensinamentos Budistas, obter uma rica experiência e possuir um coração benevolente e cheio de virtudes".
(Monja Gyoku En. O Zen na cozinha.Sustentar)
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