quinta-feira, 5 de maio de 2011

Nossas vidas cotidianas

O Buda ensina que, durante nossa meditação, podemos irradiar a nossa mente amorosa e compassiva para as quatro direções envolvendo todas as espécies de viventes. Pracisamos ser zelosos para não pensarmos que as meditações do amor e da compaixão consistem apenas em sentarmos quietos, imaginando que nossa mente amorosa e compassiva se difundirá através do espaço como ondas sonoras ou luminosas. Som e luz têm a capacidade de penetrar em tudo, e o amor e a compaixão podem fazer o mesmo. Se nosso amor e compaixão, porém, forem meramente algum tipo de imaginação - por exemplo, se imaginarmos que são puramente uma nuvem branca que lentamente se forma - então, isso não surtirá  nenhum efeito; será apenas uma nuvem imaginária. Uma nuvem verdadeira resulta em chuva. É somente no meio da nossa vida cotidiana, no contato real com as pessoas e com as demais espécies, incluindo o objeto de nossa meditação, que poderemos saber se nossa mente amorosa e compassiva está realmente presente e se é estável. Se o amor e a compaixão forem reais, isso será evidente em nossas vidas cotidianas, no modo como falamos com as pessoas e no modo como agimos no mundo. A posição de meditação sentada não é a única na qual podemos dar vazão a vertentes da água do amor e da compaixão.
(Thich Nhat Hanh. Transformação e cura. Bodigaya)

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Mente de principiante

"Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito" (Suzuki, Shunryu).