Na meditação budista, nós não nos esforçamos pelo tipo de iluminação que irá acontecer cinco ou dez anos para frente. Nós praticamos para que cada momento de nossa vida se torne vida real. E, portanto, quando meditamos, nós sentamos por sentar; nós não sentamos por algo mais. Se nós sentamos por vinte minutos, estes vinte minutos devem nos trazer alegria, vida. Se praticamos meditação caminhando, nós caminhamos apenas por caminhar, não para chegar. Nós temos de estar vivos a cada passo, e, se estivermos, cada passo nos devolve vida real. O mesmo tipo de mente atenta pode ser praticado quando tomamos o café da manhã, ou quando pegamos uma criança nos braços. Abraçar é um costume ocidental, mas nós, orientais, gostaríamos de contribuir com a prática da respiração consciente durante o abraço. Quando você segura uma crianças nos braços, ou abraça sua mãe, ou seu marido, ou seu amigo, inspire e expire três vezes e sua felicidade será multiplicada ao menos por dez. E quando você olhar para alguém, realmente olhe com a mente atenta e pratique a respiração consciente.[...]
Cada respiração, cada passo que damos, cada sorriso que nós produzimos é uma contribuição positiva à paz, um passo necessário na direção da paz para o mundo. Sob a luz do interser, paz e felicidade na vida diária significam paz e felicidade no mundo.
(Thich Nhat Hanh, O Coração da Compreensão, Bogigaya)
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