Para o Zen, a vida não se resume a uma rotina; ela é a liberdade do espírito, livre das circunstâncias exteriores e de ilusões interiores. Sua própria natureza é tal que não pode ser descrita por palavras, e o modo mais próximo de atingi-la é usando analogias. A vida é como o vento que se move na face da terra, não parando nunca em lugar algum, nunca se apegando a qualquer objeto específico, sempre se adaptando às subidas e descidas do terreno. Caso tais analogias deixem a impressão de um lassaiz-faire onírico, temos que lembrar que o Zen não é sempre uma brisa gentil; a maior parte das vezes é como um furacão que varre tudo diante de si, um vento enregelante que penetra o coração de tudo e atravessa até o outro lado! A liberdade e a pobreza do Zen consistem em deixar tudo e "caminhar em frente", pois isso é tudo o que a vida faz, e o Zen é a religião da vida.
(Alan Watts, O espírito do Zen, L&PM)
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